sábado, 8 de dezembro de 2012

Quando eu Morrer!


Quando eu morrer, deixo-lhe minha criadagem, para te servir. Deixo-lhe as luzes reluzentes, e também a máquina de escrever, que tanto manchou de tintas papeis brancos, com palavras, das quais tanto digo que a amo. Também deixo a xícara de café, talvez esteja frio, e amargo, mas leve ao fogo, e quanto ao amargo, açúcar refinado resolve. Deixo-lhe meus óculos qual faziam meus olhos enxergarem, deixo-o também, o copo de whisky, aliás meu velho companheiro de inverno e outrora angelical como morar ao sul. Deixo-lhe incontáveis sonetos, entre eles o de felicidade, amor, tristeza, dor, sofrimento, e até mesmo ódio. Deixo-lhe meu passado, está a esquerda em uma gavetinha, toda empoeirada. Ficarão para você também, meus livros, todos com rabiscos onde me decifra, e onde lhe decifra, o juntamente de tais palavras e pensamentos forma o que "somos" e o que nos "tornamos", durante dos estes malditos anos, longe um do outro. Deixo minha coleção de suas fotos, pedrinhas que impediam meu triunfo, minha passagem!
Deixo-lhe, um lindo relógio parado. Não está parado de velho, está parado propositalmente, parado para que fique no tempo exato, na hora errada de quem o olho, o intuito, disso? Ah, meu bem... Isto é só para lhe ter para sempre! Parece cômico tudo isso? Direi-lhe o que é cômico, quando por ventura, poder saber o que é naufragar em sentimentos devaneios, o que é chorar em noite de lua cheia, e sentir desprezo pela quimera. E então acha isso cômico, todas estas coisas continuam sem valor, ou sem sentido para você? Quero que fique com estas coisas, na hora de minha morte. Porque eu fiquei com os resíduos que você me deu, na hora de sua vida.  Deixo-te também meu globo, era uma forma de eu ver o mundo, de possuí-lo, e de estar em todos os lugares, era apenas uma forma, não é necessário você dar sentido a isso, apenas cuide-o! Ao fim de tudo, cuide de você, não me pertenceu teu corpo, mas me pertenceu de um jeito mais singelo, mais penetrante, mais marcante, e delirante. Pertenceu-me em minhas fantasias, em alegorias, em pensamento... Quando eu morrer, deixo-lhe absolutamente tudo, e do mais tudo que He deixo entrego meu amor, que em vida a ti já pertenceu.

Dedico á: NACAIN, por amor, e eterna inspiração!

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