sábado, 15 de dezembro de 2012

As Loucuras de Todos!

Estava eu lá, deitada. Em um estado cômico! Minhas pálpebras pesadas. Estava eu lá, mórbida, jogada sobre a cama. Sentindo o efeito de uma planta que mobilizou meu sistema nervoso. Ria do vento que fazia cócegas em meu corpo, ria do papel de parede que dançava em minha frente, ria da minha própria miséria. Reza a lenda que esta planta é capaz de curar, e se não curar, ao menos ameniza a dor, mas, sejamos sábios em admitir, que algumas lendas são rezadas erradas. Desliguei meu consciente, e fui buscar em meu inconsciente, algo que estava preso, e libertar, por pra fora, algo que queria ser lembrado. DÓI. Senti que aquela lembrança iria doer, eu iria sofrer as contrações de seu parto, mas era necessário varrer, algumas coisas não podem ser esquecidas, porque são ensinamentos da vida. Aquele particularmente doía profundamente, e de tão profunda a dor, se percebia, que aquele, era um ensinamento grande. Aconteceu comigo.:
_Estava eu em um mar profundo, (metáfora). Um mar de melancolia que me arrastava cada vez mais ao inferno, (metáfora). Inferno este chamado dor, ou sofrimento, mais seria mais lindo dizer: "Desencantamento da Vida". Corri euforicamente, peguei a navalha, cortei as veias, os pulsos, a barriga, o rosto. Sofri... Meu Deus! Como eu sofri. Era sangue pelo apartamento todo. Queria eu deitar e esperar a morte chegar, algo mais forte me prendeu ao guarda roupa. Eu entrei lá, e fiquei esperando, esperando, esperando em vão. Fui socorrida. Humilharam minha tentativa. Soro nas veias, curativos por toda parte, remédios pulsando minha cabeça. Há, e aquele branco, ele era saudoso, doía tanto os olhos, mas não o deixava de contemplá-lo. Decidiram que eu estava bem, recuperaram a vida. Fui para casa, dois dias e lá estava eu novamente sem navalha, sem nada cortante, tiraram-me! Mas avistei ao longe um copo, meu sangue fervia, hesitei por um segundo, estava exausta de tanta dor...
                         DOR
                                   D
                                      O
                                         R
                                             DOR!
Há, quebrei-o e cuidadosamente escolhi  a melhor ponta, cortante, cortou-me e fu deitar. Socorreram-me, decidiram que era necessário interver. Levaram-me! Fomos para a Capital, era um hospital grande, desses bem agitados, com gente morrendo, e gritando. Mas os pacientes eram um tanto quanto diferentes, assim, julguei de antemão. E de fato era.  Fui concebida bem no ventre daquele hospital. Fizeram-me perguntas, (serrei os dentes, calei-me). Olharam meus cortes. Havia gritos em toda a parte. Dizia-se: "Gritos da loucura". Eu os via lutar pela sua liberdade, mas eram atacados brutalmente, por golpes de dosagens de: Haldol, Lítio, e o mais cogitado entre os pacientes, Rivotril. La na fantasia de suas emoções, e de suas cabecinhas, eu conheci: Adriana, não era este o teu nome, mas assim o chamavam. Sem nome, sem família, sem amigos, nem prestígio, sem idade. Adriana despojava da loucura. Era de uma amabilidade constante. Fazia cócegas em "si" mesmo, conversava com uma estátua que ficava ao lado esquerdo do hospital, depois do corredor dos banheiros. Contava-lhe segredos. Ouvi um ao passar... Não irei contar, porque é confidencial, mas lhe afirmo: "Primeiro- Ela era sadia mentalmente. Segundo- Ela respeitava a vontade da natureza, e a origem de seus pensamentos. Terceiro- Queria sair dali".
Lembro-me! Madrugada. Todas as malditas madrugadas, eu sentava a espera do psiquiatra ao lado de minha mãe, e todos os dias nesse horário absurdo, onde o sono tentava-me derrubar, era impossível pregar o olho, uma vez que sempre havia: Gritos, gritos, gritos, aqueles malditos gritos, até hoje me sonda nas noites. Ás vezes eu ouvia: SOCOROOOOOOOOOOoo. Pensava comigo: Dói, mais é profundo e verdadeiro. Os gritos eram de dor, era de avivamento. Quando dizemos algo e ninguém nos ouve, haverá então o desejo de gritar, para que nos escutem. E era assim que faziam, sentem necessidade. Agarravam-lhe chegavam uma tropa de enfermeiros, com um médico, e atacavam-no e aplicavam remédios que os golpeavam, por dois até três dias seguidos. Os médicos nos acham doentes, não, não somos. Apenas fantasiamos coisas para sobrevivermos, e com todos aqueles remédios tornava-se tão difícil. Eles achavam-se o dono da razão, inteligentes, bradando com o diploma na mão, mas eram de fato incapazes de entender. Bleno via alienígenas, Mara era atacada por baratas, Pedro lutava na guerra da União Soviética, Adriana apenas queria voar, acreditava nas ninfas, sentia-se perseguida, sentavam-se todos os dias no mesmo banco, e ficava lá, mórbida, intacta!
 (Matou-se tragicamente, em uma manhã, onde havia no plantão seis médicos, e na rotina de enfermagem, oitenta e quatro enfermeiras, ninguém viu, ninguém ouviu - fizeram silêncio). E eu? O que eu fazia lá, além de observar? Eu estava lá por amor, não era manifesto de loucura, era transbordamento de amor, a loucura era pouca, mas os alagamentos de amor eram GRANDES.
Amor verdadeiro, desses que quase não se vê mais, não estou me referindo a esses amores joviais que presenciamos estes que com uma semana de namoro, já largam desprovidamente, um eu te amo, da boca para fora, brincando com si mesmo e com o outro. Não, não. O que eu sentira era realmente verdadeiro, desses que nasce no olhar, desses que eu te amor, ainda assim se torna pouco para expressar, um amor que me fazia transbordar de dentro para fora, de fora para dentro e vice e versa. Eram transformações, desses de se doarem-se por inteiro, destes que os poetas sentiam que cronistas têm medo. Se eu me arrependo? NUNCA, e por nada! Sofreria novamente,  repetiria inúmeras vezes cada lamento, choro, cada dor...
Não é necessário ter NACAIN, o que me convém, o que me satisfaz é que receba este sentimento de bom grado.
Satisfaço-me em saber que:
* VOCÊ ESTÁ BEM, ONDE ESTÁ.
* ESTÁ COM QUEM AMA. (ACREDITO)
* SABER QUE DEDICO-LHE UM AMOR TÃO LINDO, COM PALAVRAS TÃO SINGELAS, E QUE REALMENTE VOCÊ É DIGNA, REALMENTE VOCÊ MERECE, PORQUE EM UMA PALAVRA EU TE DEFINERIA COMO: ESPETACULAR ( E O FAÇO DE BOM CORAÇÃO)
* PORQUE DE TODAS AS PESSOAS FOI VOCÊ QUE O DESTINO ESCOLHEU PARA QUE EU AMASSE. ( E AFIRMO.: NINGUÉM MERECE TANTO QUANTO)
* PORQUE DE TODOS OS SORRISOS É O SEU QUE: RESPLANDECE!

NACAIN, por amor e inspiração lhe dedico as frivolidades que eu cometi com a vida, não por você, não, isso não, mas por amor que sinto á você!  Eu aprendi que nenhuma loucura é inválida, para aqueles que sonham em viver, o que sonharam.
( O mundo, as pessoas e suas mesmices, em prol das ridicularidades. Que os fazem ser imagem e nunca espelho. ) - Amo-te porque és: Espelho!
Te amo no encontro de nossas almas silênciosas, mo amâgo do ventre da vida. E em cada asana que tu praticas.


Obs.: Preservei o nome de todos, os substituindo, por: Pseudônimos!
Esta é Realidade da  vida em: Memórias.
Só tenho a agradecer!
Dedico a NACAIN, sempre.

O PSIQUIATRA faz seu papel, e é um papel fundamental, para silênciar as agitações que não sob controle pode trazer consequências drasticas. Respeite-o! A opinião dele pode salvar-lhe não só a vida mas alma.
Psicoterapia - É de suma importância e fundamental!

Atenciosamente: Lílian Matos - Bye!


                  ( REFLITA - A VIDA NÃO PARA)

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