terça-feira, 8 de março de 2011

Felicidade no Horizonte

Estava anteontem, procurando por felicidade. Logo quando acordei abri a cortina e senti que o dia estava diferente, o sol estava mais ameno, havia uma brisa leve e um vento causador de paz. Senti necessidade de abrir a janela para que o  dia estonteantemente me trouxesse a realidade, mas era real. Flores exalando, vizinhos rabugentos sorrindo, e mercadores felizes. Algo estava definitivamente errado. Olhei várias vezes para os lados, a procura de um defeito, e nada!
Resolvi então vagar pelas ruas para encontrar o defeito, e vaguei por horas sem perceber o tempo que passava. Eu apenas admirava tudo com a boca entre aberta por presenciar o surreal, muito real em minha frente. Era inacreditável. A mais perfeita sintonia. Podia jurar que os sinos das igrejas tocavam em ritmo de jazz, e que o vento entoava louvores.
Mas eu ainda não me convencia de que tudo aquilo era verdadeiro. Não, não! Caminhei, fui há lugares onde se havia muito ruído de pessoas de má fé, onde ninguém se importava com nada. Parecia que havia feito um milagre, alguém me jogou nesse mundo, ou mesmo um sonho muito agradável. Começou a escurecer frustrada voltei para minha casa. Olhei mas uma vez pela janela, então a fechei. Logo em seguida desci ás cortinas, me deitei, olhei para o teto e suspirei profundamente. E então descobri o defeito estava em mim, que não queria acreditar que naquele dia eu estava tão feliz, que tudo em minha volta se contaminou, e irradiou para que não se perdesse a intensidade e o brilho, o efeito com que tudo acontecia, e a profundeza com que eu me sentia feliz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lílian Matos, suas publicações vem sido a essência da literatura brasileira. Parabéns!